quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A Flor de Osíris

Era uma vez um reino chamado Pindaguba. O Rei Mhor deste reino era uma pessoa muito sábia e bondosa. Estava sempre a ensinar seu povo grandes ensinamentos da vida, das pessoas que aprendia em suas andanças, em seus livros e em suas reflexões.
Pelo menos uma vez ao mês ele reunia todo o seu povo em uma grande arena (igual a aquelas que os outros reis usavam para promover lutas sangrentas, massacres de pessoas). Mas Mhor não! Usava a arena para grandes feitos, compartilhar cultura, fornecer informações úteis... e o povo adorava essas ocasiões, amavam o seu rei e tudo que vinha dele, as lições e sempre ao final do dia, o rei distribuia frutas e pães para todos.
Havia chegado o dia em que o rei reunia todos na arena e estava lotada de pessoas animadas, ansiosas para mais uma lição do Rei Mhor.
Quando o Rei apareceu, todos se levantaram e o aplaudiram. Ele levantou a mão para acalmar o público e falou:
- Caros súditos, o encontro de hoje será dividido em dois eventos. Para hoje preciso de dois voluntários. Logo eles apareceram: dois homens de povoados diferentes estavam ali a frente de Sua Majestade, o Rei Mhor, ansiosos para serem úteis a majestade.
O Rei então falou:
- Vocês receberão um mapa contendo o destino que precisam alcançar e o caminho a seguir. Receberão bons cavalos para a jornada e quando chegarem ao local marcado o mapa, peço que tragam uma cada qual uma flor de osíris para mim.
Eles riram, satisfeitos, pois acharam a tarefa fácil demais, sabiam que iam conseguir sucesso.
A viagem duraria 3 dias e quando retornassem iam se encontrar todos de novo naquela arena com o povo todo reunido ali.
Então lá foram os dois buscar a tal Flor de Osíris.
Ao final dos 3 dias, o povo todo e mais o rei se reuniu de novo na arena para receber os dois homens.
O Rei mandou chamar um por vez e perguntou a ele:

- Poderia nos descrever em detalhes como foi a viagem até a terra de Osíris?
O homem ali em pé prontamente começou a responder:
- A viagem foi muito difícil! Fazia muito calor, isso prejudicou muito. Havia muita subida e, assim, os cavalos subiam muito devagar. Para piorar choveu a noite no primeiro dia e quando parou de chover fez um frio danado. Foi difícil de dormir. O meu companheiro de viagem no começo do dia era muito simpatico comigo, conversava, mas depois de um tempo quase não falava comigo, me ignorava. Foi uma viagem solitária.
Tudo aconteceu de ruim comigo, parece até que rogaram praga para mim. Eu tive muito azar mesmo.
O Rei perguntou:
- Mas e a Flor de Osíris? Você buscou?
- Sim. Ela estava comigo direitinho, mas no meio da viagem ela morreu e quando eu cai do cavalo ela amassou toda e caiu na lama. - Disse o homem.
O Rei agradeceu a participação dele nessa missão, pediu que ele se sentasse junto às pessoas e mandou chamar o segundo homem da viagem. Fez a mesma pergunta que o primeiro, ao que o segundo homem respondeu:
- Ah, foi uma viagem maravilhosa! Eu nunca tinha estado naquelas bandas de lá e mesmo fazendo muito calor não pude deixar de apreciar a paisagem. Vossa majestade sabia que lá em cima da montanha há centenas de pinheiros de folhas azuis? E junto ao terceiro lago que beirava a estradinha eu vi umas flores alaranjadas muito diferentes das que conhecemos, peguei até uma delas para mostrar ao senhor. Veja que linda e como cheira bem...
Como o cavalo foi devagar pude ver muitos animais dormindo perto da estradinha. Sabe, quando faz muito calor os animais não aguentam... deitam-se debaixo da sombra das árvores e ficam cochilando. Foi até bom porque não fomos atacados por nada! Sabe, no início eu e meu companheiro conversávamos muito, mas ele reclamava de tudo e eu explicava as coisas boas que estavam acontecendo, mas ele não me ouvia, só queria ficar reclamando, então comecei a ficar calado para poder apreciar a natureza. Foi uma pena eu não poder compartilhar daquelas maravilhas com meu parceiro, pois me senti às vezes, como se estivesse sozinho. Mas foi coisa de DEus a chuva que caiu a noite, pois pudemos nos refrescar, os cavalos também se sentiram melhores. A noite quando o frio chegou foi difícil dormir, mas aí eu aproveitei para fazer meditação, orações a Deus, apreciar as estrelas... Na noite do 2º dia foi melhor. Fizemos uma fogueira bem bacana e conversamos muito. Meu parceio me contou a vida dele, e vi que ele sempre teve uma vida muito sofrida. E assim a gente chegou lá na terra de Osíris, um vale maravilhoso, deve ser parecido com o paraíso de tão lindo! Quase esqueci de pegar a sua flor, mas ela está aqui comigo. Com o calor da estrada ela secou, mas a guardei em um livro para te entregrar pois mesmo assim ela continua linda. Vossa Majestade me perdoe, mas foi o melhor que pude fazer.
O Rei olhou satisfeito para aquele homem, agradeceu a participação dele e mandou que os guardas dessem um saquinho de ouro para cada um em sinal de agradecimento, depois olhou para o povo e falou:
- Gostaria que vocês aprendessem que se o mundo é bom ou ruim ou se a vida é boa ou ruim, tudo vai depender da forma como vocês veem tudo. Esses dois amigos trilharam o mesmo caminho, passaram pelas mesmas coisas, mas tiveram experiencias diferentes. A nossa felicidade está dentro de nós e não fora!

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