terça-feira, 29 de junho de 2010

A Árvore generosa

Essa história é magnifíca! pena que não é minha...
Do original de Shel Silvertein, Adaptado por Fernando Sabino


Era uma vez uma Árvore que amava um Menino.

E todos os dias, o Menino vinha e juntava suas folhas.
E com elas fazia coroas de rei.

E com a Árvore, brincava de rei da floresta.
Subia em seu grosso tronco, balançava-se em seus galhos!
Comia seus frutos.
E quando ficava cansado, o Menino repousava à sua sombra fresquinha.

O Menino amava a Árvore profundamente. E a Árvore era feliz!
Mas o tempo passou e o Menino cresceu!


Um dia, o Menino veio e a Árvore disse: "Menino, venha subir no meu tronco, balançar-se nos meus
galhos, repousar à minha sombra e ser feliz!"
"Estou grande demais para brincar", o Menino respondeu. "Quero comprar muitas coisas. Você tem algum dinheiro que possa me oferecer?"
"Sinto muito", disse a Árvore, "eu não tenho dinheiro.
Mas leve os frutos, Menino. Vá vendê-los na cidade, então terá o dinheiro e você será feliz!"
E assim o Menino subiu pelo tronco, colheu os frutos e levou-os embora.

E a Árvore ficou feliz!
Mas o Menino sumiu por muito tempo...
E a Árvore ficou tristonha outra vez.
Um dia, o Menino veio e a Árvore estremeceu tamanha a sua alegria, e disse: "Venha, Menino, venha subir no meu tronco, balançar-se nos meus galhos e ser feliz".
"Estou muito ocupado pra subir em Árvores", disse o menino.
"Eu quero uma esposa, eu quero ter filhos, pra isso é preciso que eu tenha uma casa. Você tem uma casa pra me oferecer?"
"Eu não tenho casa", a Árvore disse. "Mas corte meus galhos, faça a sua casa e seja feliz."
O Menino depressa cortou os galhos da Árvore e levou-os embora pra fazer uma casa.
E a Árvore ficou feliz!
O Menino ficou longe por um longo, longo tempo, e no dia que voltou, a Árvore ficou alegre, de uma alegria tamanha que mal podia falar.
"Venha, venha, meu Menino", sussurrou, "Venha brincar!"
"Estou velho para brincar", disse o Menino, "e estou também muito triste." "Eu quero um barco ligeiro que me leve pra bem longe.
Você tem algum barquinho que possa me oferecer?"
"Corte meu tronco e faça seu barco", a Árvore disse.
"Viaje pra longe e seja feliz!"
O Menino cortou o tronco, fez um barco e viajou.
E a Árvore ficou feliz, mas não muito!

Muito tempo depois, o Menino voltou.
"Desculpe, Menino", a Árvore disse, "não tenho mais nada pra te oferecer. Os frutos já se foram."
"Meus dentes são fracos demais pra frutos", falou o Menino.
"Já se foram os galhos para você balançar", a Árvore disse.
"Já não tenho idade pra me balançar", falou o menino.
"Não tenho mais tronco pra você subir", a Árvore disse.
Estou muito cansado e já não sei subir", falou o Menino.
"Eu bem que gostaria de ter qualquer coisa pra lhe oferecer", suspirou a Árvore. "Mas nada me resta e eu sou apenas um toco sem graça. Desculpe..."
Já não quero muita coisa", disse o Menino, "só um lugar sossegado onde possa me sentar, pois estou muito cansado."
"Pois bem", respondeu a Árvore, enchendo-se de alegria."
"Eu sou apenas um toco, mas um toco é muito útil pra sentar e descansar."
"Venha, Menino, depressa, sente-se em mim e descanse."
Foi o que o Menino fez. E a Árvore ficou feliz!

A AMIZADE É UM SENTIMENTO QUE SE LEVA PARA SEMPRE...

domingo, 20 de junho de 2010

Lobo mau?

Era uma vez um lobo grande e faminto. Estava em sua casa com muita fome e decidiu abrir a geladeira para comer algo - estava vazia, completamente vazia. Abriu o armário da despensa: cheio de teias de aranha... Então pegou sua vara de pescar e decidiu comer um peixe bem gostoso.
Após mais de duas horas sem nada morder a sua isca, finalmente o anzol consegue pegar algo e quando ele puxa, percebe que o anzol enganchou em um sapato velho. Que frustração... Que fome!!!
Decide, então, caçar algum animal para comer.
Percebe um coelho comendo a uma distancia razoável e corre para pega-lo, mas o danado do coelho é mais rápido e sai pulando, fugindo do lobo faminto, até entrar em sua toca subterrânea.
O lobo não desanima. Imediatamente descobre um ninho com alguns filhotes de passarinho e decide subir na árvore para pega-los. Consegue subir e ficar bem próximo do ninho, estica o braço para o alto e quando estava quase alcançando, o galho em que estava apoiado se rompe e - BUM! - Lá se vai o Lobo no chão. Caiu com a cara em uma maçã que havia caido da árvore e comeu ela todinha bem rapido, mas o gosto não era bom e ele acabou vomitando tudo.
Nesta hora o Lobo já estava enlouquecido de fome.
Andando desanimado pela floresta, ele ouve vozes e vai seguindo o ruído. Avista uma familia fazendo piquenique. Um cheirinho bom de comida chegou até suas narinas e ele decidiu ir lá para pedir um pouquinho. Mas, coitado do pobre lobo, nem conseguiu se aproximar e a familia já estava em pânico. Todos sairam correndo com medo, menos o pai, que rapidamente pegou sua espingarda e começou a atirar na direção do lobo, que fugiu assustado.
Já estava tão desanimado e fraco de fome, sentou-se em uma pedra grande e começou a chorar. As lágrimas caiam e o estômago roncava, as lágrimas caiam e o estômago roncava... foi aí que ele começou a ouvir ao longe uma voz de menina cantando uma música:
- Pela estrada a fora eu vou bem sozinha,levar esses doces para a vovozinha. Ela mora longe e o caminho é deserto, e o lobo mal caminha aquii por perto, mas a tardinha, ao sol poente, junto a mamaezinha dormirei contente.
Já considerando que a menina ia se assustar com ele, o lobo se escondeu. Viu quando a menina se aproximava com uma cesta cheirosa. Seu estômago roncou mais alto, tão alto que a menina ouviu e parou. Olhando para o céu, falou:
- Ué... ouvi um trovão, mas o céu está tão azul! Será que vai chover? Bom, eu não vou arriscar. Vou correndo levar esse lanche para a minha querida vovó que está doente.
Falando isso, ela acelerou o passo seguiu viagem.
O Lobo começou a seguir a menina seguindo o cheirinho gostoso de doces que vinha de dentro da cesta.
Quando a menina chegou a uma casinha e entrou porta a dentro, o lobo ficou escondido perto da janela para ver a movimentação dentro da casa.
Ele estava quietinho, tentando pensar em uma maneira de se alimentar, pedir um pouco de comida ou revirar mais lixos para ver se conseguia achar algo para cormer, quando a menina retirou todos aqueles doces e pães da cesta e distribuiui em cima da mesa da cozinha para que a sua avó visse - com a fome que estava, o lobo não conseguiu se controlar e, aproveitando que a porta estava encostada, entrou como um furacão lá dentro da casa, assustando a avó e a neta.
Assim que entrou soltando um grunhido de lobo faminto, olhos esbugalhados, boca aberta, babando, tanto a avó quanto a menina tinham certeza de que ele estava ali para pega-las e começaram a chorar e a rezar.
Embora o lobo já estivesse quase em cima da mesa de lanche, se assustou coma reação delas e parou.  Não queria que pensasse que ele queria fazer algum mal - começou a chorar também
Vendo o lobo choraando, as duas se calaram e deixaram de sentir medo.
-  Eu estou morrendo de fome!!! Não consegui pescar um peixe, caçar um aninal, comer frutas... Eu não sei mais o que fazer!!! - Gritou o Lobo desesperado.
o paraA avó ficou com muita pena e decidiu fazer uma coisa: arrumou o lanche na mesa e ainda colocou ouma panela de sopa que havia feito na noite anterior e chamou o Lobo para lanchar com elas.
E foi assim que o Lobo conheceu a Chapeuzinho e a avó e ficou muito amigo delas.
A avó ofereceu um trabalho de jardineiro e de guardião da casa para o lobo, que a partir daquele dia além de ter dinheiro para comprar as suas coisas, ainda comia na casa da vovó.