sexta-feira, 21 de maio de 2010

A casa protegida

Era uma vez uma bruxa muito feia e malvada que toda noite rondava as cidadezinhas montada em sua vassoura voadora. Sempre procurava por uma casa onde houvesse crianças desprotegidas e as roubava de sua familia para transforma-las em escravas ou para colocar no ensopadão - sim, ela adorava crianças com batatas!
Um certo dia, ela estava voando a algumas horas, madrugada a dentro, quando avistou um prédio onde havia uma janela aberta e uma criança pequena dormindo em sua caminha. A criança estava sozinha e, assim, a bruxa se preparou para entrar no quarto bem silenciosamente. Primeiro ela apontou a sua vassoura na direção da janela, que ficava no 8º andar, depois ela acelerou a velocidade para chegar rápido, em seguida ela parou em frente a janela. Deu um sorriso largo mostrando os únicos quatro dentes que possuia em sua boca fedorenta e quando inclinou a cabeça para passar pelo portal da janela, encontrou resistência. Algo a impedia de entrar e ela não sabia o que, pois não via vidro, nem cortina, nem tela e nem grades. Resolveu entrar montada na vassoura e pegou velocidade de longe para forçar a barreira que a impedia de entrar, mas se deu mal! Bateu com tanta força no obstáculo invisível que a estava impedindo de entrar que quebrou dois dentes e caiu lá embaixo no chão. Não desistiu! Subiu na vassoura e parou em frente à janela analisando o que estava acontecendo. Foi nesse momento que apareceu um homem na janela dizendo:
- O que a senhora deseja? Posso te ajudar?
A bruxa levou um sustão, quase caiu da vassoura novamente e respondeu:
- Eu preciso entrar nesse quarto. Essa criança me pertence.
O homem a olhou franzindo as sombrancelhas. Ele era alto, cabelos escuros, olhos castanhos, vestia branco e tinha uma cara muito agradável.
- A senhora não está autorizada a entrar nesta casa. Por favor, vá embora e não volte mais - disse o homem.
- Mas quem é você? Por que eu não consigo entrar pela janela? - Perguntou a Bruxa.
- Eu sou o anjo protetor desta menina e essa casa está protegida contra qualquer investida de energia negativa. Essa energia que protege a casa é a do amor e da oração, dois elementos poderoso, invencíveis e indestrutíveis.
A Bruxa ficou com raiva, afinal era a primeira vez que encontrava um inimigo tão poderoso quanto ela. pegou a varinha mágica apontou para o anjo e tentou o transformar em uma lagartixa, mas se surpreendeu quando o feitiço causou um estouro e explodiu em sua cara, fazendo com que seu cabelo, que já era feio, ficasse todo arrepiado e seu rosto, que era murcho ficasse preto de sujeira.
Ela praguejou e fez como quem ia embora. Queria enganar o anjo, pois sua intenção era entrar no apartamento por outro lugar. Deu a volta e encontrou outra janela aberta que dava para outro quarto onde dormiam a mãe e o pai da criança. Sorriu, um sorriso amarelo com dois dentes e se inclinou para entrar. Não funcionou! Mais uma vez ela bateu em uma barreira invisível e em seguida apareceu uma mulher de cabelos escuros, cacheados, pele negra, rosto alegre e simpático, roupas brancas:
- A senhora não está autorizada a entrar nesta casa. Por favor, se retire.
A bruxa ficou enfurecida e deu um berro de raiva! Pegou a varinha mágica e lançou um feitiço contra a mulher:
- Zilinguidun zilinguidá, numa barata vou te transformar!
O feitiço voltou-se contra ela e causou um raio elétrico que deu um tremendo choque na Bruxa. Esta, saiu praguejando novamente fingindo que ia embora, mas resolvei entrar no apartamento pelo basculante do banheiro. Como ela não cabia no buraco, pegou um vidro com um líquido e o bebeu - era uma poção para encolher. Diminuindo de tamanho, foi na direção no basculante, mas não conseguiu entrar novamente.
- Mas será possível que não há uma brecha sem proteção para eu entrar? - Gritou enfurecida a Bruxa.
Nesse momento apareceu um outro homem de branco, cabelos grisalhos e olhos verdes:
- Minha amiga, desista. Desista de entrar nesse lar e desista de fazer essas maldades. Ainda dá tempo de você mudar sua vida!
Mas a Bruxa não queria saber, estava tão brava que pegou uma poção endiabrada, poderosíssima e a jogou no homem. Sua intenção era transforma-lo em um sapo fedido, mas a poção voltou para ela e quem se transformou no sapo foi ela. A vassoura voadora, que era enfeitiçada levou o sapo para casa (da bruxa) e desde esse dia não se ouviu mais falar da Bruxa ladra de criancinhas.
De todo modo, todos os lares em que o amor e a oração são fortes estão protegidos de toda  investida do mal!